segunda-feira, 14 de julho de 2008
Tirocínio da Morte
Um velho trôpego que andava sobre o chão,
se deparou com uma viola ali jogada.
O velho se agachou,
ralhando com as dores nas costelas.
Pondo a ralar os joelhos castigados,
pegou a viola com a mão esquerda de um canhoto
outrora habilidoso em seus ponteados.
Ali, ele refez viola.
Tocou os mais velhos clássicos
da música interiorana.
Lembrou seus ídolos.
Lembrou suas origens.
Fez música para a terra se alimentar.
Fez da viola carne e osso.
Sentiu o toque de cada uma das dez cordas em seus dedos.
Ressoava em seu coração
uma melodia da velha terra pisada.
Era a viola quem tocava o velho.
Era ele o alimento da terra.
E o velho se tornou um instrumento rústico,
jogado por ali.
A terra a lhe consumir.
O coração a ressoar,
a velha melodia que esqueceram de ensinar
Quando se acaba a canção,
Nao é preciso chorar.
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4 Cortesia(s):
belo texto. seu?
qdo o conheci no RC imaginava que tinha oitenta e tantos anos. nem tanto...rs
mas imaginava-o mesmo mais maduro pelas suas colocações e pelo bom senso. não que rapazotes (rs) não sejam assim, mas tanta sabedoria em tão poucos anos é raridade!
bjoooo, Monstrinho! rs
Santi.
..só sorrir.
=)
e a magia foi feita.
=D
bem-vindo ao blogspot, amigo!!!! aproveite e manda ver nas letras!
beijos!
Que texto!
Você me faz ver a vida com outros olhos...Simplesmente , fascinante!
Beijosss
Conseguisse juntar a magia da música com a sensibilidade da vida... Estou encantada!!!
Abraços...
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