sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Palavras de Outrora




CORRENTEZA


Descobri que tenho vocação pra a depressão
me destruo rápido e objetivamente
é só eu me deixar guiar pelo vento.
Ainda tenho os pés firmes, o corpo arqueado
pra frente
imponente
as vezes nem tanto
me desvencilhando da ferrugem da angústia
Mas que ela age naturalmente sobre meu corpo, ela age
Se eu relaxar meu corpo sou levado por ela
Por isso estou sempre tensionado
Músculos em contração
força que gera contraforça
a física explica minha engrenagem.
Meu corpo já é calejado
por nadar contra toda essa correnteza
acostumado
mas não sobrevivo se parar pra retomar o fôlego
É constante minha labuta
pra me dar prazer
e me esquivar do esmorecer
É uma grande tromba d'água
me acertando de frente
eu com os braços abertos,
passo atrás de passo, avanço
ininterruptamente
a todo o momento
mas esta minha força
dá o direito de resposta a Newton
e eu tenho que aguentar o impacto na minha cara
a todo momento
ininterruptamente.
Não posso parar
a água me leva se eu parar
mas não vou parar
gosto de enfrentar o meu próprio desespero
ele fica perplexo e enfurecido com isto
e eu sigo, mais um passo contraído
mas bem passado.
Odeio as câimbras.

sábado, 1 de novembro de 2008

Mil e dez flores






Em um campo, mil flores.
Saiba, você, que lhe dou agora mil e dez.
Dez a mais
dez que busco da minha vida, agora tua também
Por gratidão, e por mero prazer
Mil e dez flores:
Uma, para sentir teu sorriso brotar
Outra, pra ver as tuas maçãs do rosto lindas teu sorriso acompanhar
Outra, para que segure nas mãos e ornamente o modelo de ternura que tu és
Uma quarta, para que teus olhos sejam de brilho límpido
A quinta, pro teu olhar intransponível para o papel
Outra, para que a beije com teus lábios felizes de moça viva
A sétima, para seu bem estar e mais nada
A oitava, pras suas mais belas inspirações
A de número nove, eu lhe dou numa bela manhã salpicada de carinho na casa de vidro
A décima...
Esta venera todo a sua doçura e simplicidade
E mais mil flores para te retribuir dos momentos,
estes viraram poesia guardada que faz você,
desde aquele dia até hoje,
parte da minha vida.
Das minhas flores, todas tuas.
E das que o mundo me oferece, todas e mais dez
Num buquê que remete
alegria contagiante e prazeres exaltantes
As flores, estão aqui. As flores estão aí com você, agora.
Mil e dez. Dez mil palavras e não conseguiria explicar.
Usei então mil e dez flores.
Presente embrulhado em papel de poesia.
Pra ti
e mais nenhuma palavra por aqui.