sexta-feira, 27 de março de 2009

Rocha

Créditos de Imagem: Lisa Rye
risachantag.deviantart.com
Pela primeira vez a idéia me assustou
Ao idealizar o costume com esta mesma
Algumas vezes precisa-se de uma brisa
Para nos lembrar
Que toda canção tem fim
E que se nos ensina a pedir bênção, Nicota
Como uma doce criança a falar por algodões
E céus de flores e margaridas,
e um quintal de purê de sabedoria
Um coração maior que o meu sequer
aspirará ser um dia,
Merece a fuga do mundo idealista,
por essa idéia que me assusta
E por simplesmente existir,
simples e impossível de não se amar
completamente.
Ergo a cabeça para aplaudir
quem sempre me viu brincar,
e me aplaude forte
Com um sorriso humilde de
apertar os olhos,
da minha garganta de nó.
Não acordei por acaso hoje.
Não mesmo.
À mãe do meu pai,
Rocha em formato de vó.
Vivo-te.
Amo-te.
Intensamente
E de cór.

quinta-feira, 12 de março de 2009

A carne humana


Créditos de Imagem: Keman
kkeman.deviantart.com
Por serem vários os aspectos de uma piada cotidiana, enquanto nos cobrimos de conceitos marginalizados.
Já tentou alternativas nesse espectro de vida, enquanto soa surreal uma música que não acompanhe compassos, rimas e estridentes canhões vocálicos?
Já pensou em seguir teu sonho? Hoje?
O que fizera hoje antes de ler o que aqui balbucio?
Do que adianta a potência sem uma lícita trajetória?
Mesmo caído sobre um livro de aritméticas alienadoras, penso em alguns. Figuras órfãs do céu. “Anjos desacompanhados”. Penso muito sobre eles. E mais, penso no que afinal julgaram pra eu estar por aqui. Então bato uma mão na mesa, e vociferando digo que sou livre. Mas esqueci da cabeça de um prego.
E vejo que minha carne é tão crua quanto à de qualquer um.
Choro por mentes mais conturbadas que a minha, mas que são fulgurantes da vida idiota que a mera pátria pregou. Choro por amor.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Funil


Créditos de imagem: Raggedy Ann
kagomelovesinu.deviantart.com

Maior que minha cabeça
Maior que meus planos
Bem maior que a sede do meu revés
tal que é amarga como os frutos podres que colho.
Queria saber o porque. A dose.
Queria muito saber o porque de toda
essa fétida homenagem que prepararam pra mim.
Um grande porre de desgraças que brindam
com a consequente falta de crença em algo
maior que as linhas tortas de algum;
pra mim um escrivão tolo.
E muito do idiota.
Mas muitíssimo obrigado.
Obrigado a continuar.
Por onde mesmo?Ah, sim. Por ali.
É sempre por ali;
Pela estúpida porta que me arrebenta
cabeça e coração, todo o dia, todos estes dias.
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