para o almoço
numa fome ausente
despejei
um punhado de café para dentro
um punhado de café para dentro
da minha boca
onde eu me vi no espelho
pálido de sono
feito de giz branco em quadro negro
feito de giz branco em quadro negro
a amargura que desceu por minha guela
me fez sentir o primeiro tapa do dia
o segundo viria mais tarde
num gole qualquer de cachaça
num gole qualquer de cachaça
Uma garrafa e um pequeno bilhete
eterno interior
arremessei contra o mar
grafitado em um grande muro
grafitado em um grande muro
onde 3 Fazendas viraram
3 dezenas
de pedaços
e um chumaço de papel
caído na calçada
Que um consiga ler algum dia.
Que um consiga.
1 Cortesia(s):
Gostei da disposição das palavras.
Do sentido que as preencheu!
Só consigo lembrar de uma coisa quando leio este texto: Ressaca.
Não só a de cachaça, mas algumas outras também!
Saudades.
Postar um comentário