sábado, 20 de dezembro de 2008

A rouquidão que nos tira de cena


Caos radiofônico. Distúrbios em graves e médios. Sonoridade plástica. O grande circo do incrível homem cantante
Alô? Onde está meu microfone?

Em que garganta ele foi parar.
Quando a dor vem fria, só entende quem sentia, a pouco mais de dois dias

que o vento carrega as pessoas. Mesmo as mais contidas.
Em boca e ouvido. Em sal espremido. Em vinho tinto, de amor de garrafa de vidro.
_De pai.
Não termine agora. Vá e cante, ensine as notas para os ouvidos. Cantigas de pulso e jugular. Canta, meu amigo, canta. Só pra ouvirem lá de cima. Só pra escutarem de olhos fechados. Somente pelo prazer da inspiração, brada como faz melodicamente.

Só pra te ver de novo

Ouvi alguém do décimo andar comentando
O menino ainda canta alto.

Minha paz é tua, amigo. E tudo mais o que quiser levar emprestado. Só devolva quando quiser. Mas cante.
Cante. Pelo amor de Deus
Cante

1 Cortesia(s):

Juliana Porto disse...

Não tenho o que muito dizer...
Li, fechei os olhos e senti.
Imagem, textos, sensibilidade tua na mesma sintonia.
Com um truque a mais.
Deixou este texto gostoso de ler e emocionante.
Poucos têm o dom de ajudar as pessoas com palavras. Sorte minha te conhecer. Sorte desse amigo ter você por perto.
E que ele cante, encante.
Porque um anjo continuará ouvindo as canções dele.
E eu continuarei aqui vibrando com teus poemas, cada vez melhores.
Um abraço, um beijo.